6 de out. de 2010

Restauração de réplica da lagarta do bicho-da-seda (Bombyx mori) Continuação - 1

1 - Para iniciar a restauração, é preciso retirar a peça da base e uni-las, temporariamente, porque a lateral (destacável), perdeu a estabilidade devido as inúmeras rachaduras que apresenta. É necessário juntar as peças para manter o encaixe perfeito, após o uso da massa plástica que dará a estabilidade necessária à peça.
Peça retirada da base e unida por fios flexíveis.

2 - Raspagem e retirada das partes danificadas, trincadas ou soltas.
Ao iniciar a raspagem da peça, é comum algumas partes se soltarem ou apresentarem defeitos que não eram visíveis externamente, como essa "cratera" que apareceu logo no início dos trabalhos.
Detalhes das rachaduras, trincas e partes danificadas, inclusive com perda de material.

3 - Abertura de sulcos, com a utilização de micro-retificadeira (Dremel), nas trincas e rachaduras maiores para colocação de hastes metálicas ou plásticas (PVC 2mm). As hastes e a massa plástica darão estabilidade a peça.
Abertura dos sulcos.
Detalhe da "cratera" e dos sulcos.
Detalhe do uso de haste metálica, utilizada pelo autor original da peça, o naturalista francês Emile Deyrolle, e intervenção posterior, utilizando massa epóxi, que será substituída por massa plástica e modelada para dar o formato original da peça.
4 - Colocação de hastes metálicas e plásticas.
Hastes metálicas dentro dos sulcos, que serão preenchidos com massa plástica.
Hastes plásticas de PVC (originalmente utilizadas para "soldar" tubos de PVC).

5 - Utilização de massa plástica para cobrir as rachaduras, trincas e sulcos com as hastes, modelando o formato original da peça.
A primeira camada de massa plástica apresenta uma superfície rugosa, indefinida, se comparada com o restante da peça, o que é normal para o processo.
Mais detalhes da aplicação da massa plástica. Nesses casos, a melhor massa, na minha opinião, é a ultra-light, da Maxi Rubber, pois apresenta baixa densidade, fácil aplicação e, principalmente, é mais fácil de lixar e dar acabamento.
A primeira etapa da aplicação da massa está concluída. Após secagem da massa, (recomendo 24 horas), começa o processo de lixamento, com o uso de lixas para massa plástica, de várias gramaturas: 100, 150 e 320.

6 - Raspagem da tinta solta, partes quebradiças ou soltas, da parte interna da peça.
A parte interna, assim como a externa, apresenta várias rachaduras, trincas, partes quebradiças ou soltas, além da camada de verniz e tinta, ressecadas e soltas. É necessário muita paciência, utilizar instrumentos de dentistas, escovas, pincéis, pequenos pedaços de lixa etc., para remover a tinta solta.
Detalhe da parte posterior da peça onde parte da tinta solta já foi retirada.

7 - Lixamento da peça.
Após o lixamento da parte externa da peça, é possível observar a diferença entre as duas partes: a parte superior, em branco na foto, é a peça já trabalhada e lixada.
Nessa primeira etapa, ainda ocorrem imperfeições nas partes onde foram aplicadas a massa. Assim, nova camada de massa é adicionada para retirar essas imperfeições, nova etapa de lixamento para que a peça fique com a superfície lisa, sem defeitos.
Detalhe dessa primeira etapa, com a haste metálica ainda visível. Após a segunda etapa de aplicação da massa, ela não será mais visível.
Detalhes da parte inferior da peça.
Vista externa da peça, com a primeira etapa da aplicação da massa plástica e o lixamento, finalizada.

8 - Aplicação de massa plástica nas rachaduras e trincas da parte interna da peça.
Todo o trabalho executado na parte externa, será repetido na parte interna, com exceção do uso de hastes metálicas. São abertos sulcos nas maiores rachaduras e cobertos com a massa plástica.
Partes quebradiças são retiradas, partes que faltam são modeladas na massa plástica para recuperar o formato original da peça.

Continua... num próximo capítulo!


Um comentário:

  1. Oi Moiza. td bem?
    Cara tá ficando xic a restauração do Bombyx mori "silkworm", meus parabéns.
    A familia Entomológica ganha mais um grande presente.

    Abraços e felicidades.

    ResponderExcluir