17 de dez. de 2010

Restauração de réplica da lagarta do bicho-da-seda (Bombyx mori) Final

Réplica finalizada.

Após intenso trabalho, a réplica foi totalmente restaurada.
1 - Réplica completa, fechada.





2 - Lateral base com Sistemas Digestivo e Nervoso acoplados.





3 - Réplica acondicionada em caixa de poliestireno transparente e estrutura de cantoneira de alumínio.



4 - Suportes para acondicionar as partes removíveis da réplica: Lateral-tampa e Sistema Digestivo.

Suportes em MDF revestidos de espuma de alta densidade.


5 - The End. Após dois meses, finalmente, a réplica está terminada e entregue ao Laboratório de Insetos Úteis, do Departamento de Entomologia e Acarologia da ESALQ/USP - Piracicaba, São Paulo.



Imagem da réplica de Apis mellifera também restaurada e pertencente ao mesmo laboratório.


Meus sinceros agradecimentos aos professores do Departamento de Entomologia e Acarologia, particularmente, Prof. Marchini e Prof. Zuchi, pela grande oportunidade da execução das restaurações de Apis mellifera e Bombyx mori.

5 de dez. de 2010

Restauração de réplica da lagarta do bicho-da-seda (Bombyx mori) Continuação - 4


Lateral-Base

A Lateral-Base é a estrutura da réplica que suporta as outras três partes: Lateral-Tampa, Sistema Digestivo e Sistema Nervoso, através do uso de pinos plásticos de sustentação e imãs de Neodímio.
Imãs de Neodímio são produzidos a partir de elementos raríssimos na tabela periódica ("terras raras"),  encontrados em pouquíssimas regiões do mundo.   Dentre todos os ímãs provenientes das terras raras, os de Neodímio (Neodymium) são os mais potentes. Feitos de uma liga de Neodímio, Ferro e Boro (Nd2Fe14B), seu campo magnético e sua resistência à desmagnetização são muito superiores aos outros tipos de ímãs conhecidos. 

1 - A Lateral-Base apresentava-se mais conservada que as outras partes da réplica. Foram recuperadas as partes quebradas e trincadas, além da raspagem da tinta e verniz que estavam descascados. 

Imagem mostrando Lateral-Base sem a Lateral-Tampa, com Sistema Digestivo acoplado e Sistema Nervoso retirado, observado estendido na base de madeira.
Detalhe da parte final da peça, com Sistema Nervoso acoplado.
Imagem mostra detalhes de estruturas da cabeça e do Sistema Nervoso.

2 - Pintura com PVA.
Peça recuperada e com pintura PVA, mostrando detalhes das pernas, estruturas da cabeça, músculos e traqueias.
Visão geral da peça, com pintura finalizada.
Peça com betume, visão externa.
Peça com betume, visão interna.


3 - Peça finalizada.
Parte interna, com Sistema Nervoso acoplado.

Parte externa.

4 de dez. de 2010

Restauração de réplica da lagarta do bicho-da-seda (Bombyx mori) Continuação - 3

Lateral-tampa

A réplica da lagarta apresenta um corte longitudinal, separando em duas partes iguais, laterais que denominei Lateral-base e Lateral-tampa. A Lateral-base é fixa em suporte de metal e presa em uma prancha de madeira. A lateral-tampa fecha e completa a réplica. No interior da Lateral-base são fixados os Sistemas Nervoso e Digestivo. Dessa forma, a réplica apresenta, então, quatro partes distintas.

1 - A Lateral-tampa era a que apresentava os maiores e piores problemas: rachaduras, trincas, tinta e verniz descascando e muitas partes faltando.
(Ver postagens dos dias 24/09/2010 e 06/10/2010)
Figura mostrando as áreas danificadas da peça.

2 - Modelagem com massa plástica das partes danificadas e remoção das trincas, rachaduras e pintura descascando.
Parte interna da peça mostrando a remoção de parte da pintura descascada, a remodelação de partes danificadas, como estruturas do aparelho bucal, e a colocação dos pinos de sustentação e imãs de Neodímio.

Mais detalhes da parte interna da peça, como pino de sustentação, imã de Neodímio e suporte superior de fixação da Lateral-tampa à Lateral-base, na parte superior da imagem.

Parte final da peça, mostrando o terceiro pino de sustentação e mais dois imãs de Neodímio que farão com que a peça fique presa na base e possa ser removida com facilidade.

Detalhes da reconstrução do aparelho bucal.

Vista inferior da peça mostrando a remodelação do aparelho bucal e da antena.

 Visão geral da parte interna finalizada.

 
Detalhes da parte externa: massa plástica e acrílica para remodelar as partes danificadas e e estrutura metálica de fixação da peça, na Lateral-base.


 Imagem da parte externa da peça já concluída a fase de remodelação.

3 - Pintura com tinta PVA + betume e verniz a base de água.
Peça com pintura e betume. Após a secagem do betume, o excesso é retirado com a utilização de "Aguarrás". O efeito obtido é o escurecimento (envelhecimento) de áreas pré-determinadas, como sulcos, arranhões e pequenos defeitos que conferem "idade" e "DNA" à peça.

Figura mostra os locais onde o betume (parte mais escura) foi deixado e as partes claras, onde foi removido.

Detalhes mostrando as estruturas das "falsas-pernas", espiráculos e "dobras".

Parte inferior da peça mostrando as pernas, cabeça, aparelho bucal, ocelos e antena.
Parte interna com pintura e betume finalizada.
Visão geral da parte interna finalizada.
Visão geral da parte externa finalizada.

Restauração de réplica da lagarta do bicho-da-seda (Bombyx mori) Continuação - 2

Sistema Digestivo

1 - O Sistema Digestivo apresenta o formato de um longo tubo, formando um canal  que vai da boca ao ânus, dividindo-se em intestino anterior, médio e posterior. No intestino médio, que compreende a maior região do sistema digestivo, ocorre à absorção do alimento. Lateralmente ao intestino, encontra-se a glândula da seda que sintetiza e secreta proteínas (fibroína e sericina), as quais formarão o fio de seda. A seda, ao entrar em contato com o ar, solidifica-se e é utilizada na confecção do casulo.



2 - A peça apresentava, assim como as outras partes da réplica, áreas com rachaduras, quebradas, trincadas ou mesmo faltando pedaços.

Detalhes das áreas danificadas, da porção inicial do Sistema Digestivo, em vista inferior.
Mesma área, em vista superior.

3 - Remoção das partes trincadas e rachadas e modelagem das partes quebradas.
Detalhes da modelagem com massa plástica.
Mais detalhes da modelagem e recuperação de áreas danificadas.

4 - Colocação de pinos e imãs de Neodímio que irão fixar o Sistema Digestivo, na peça-base (lateral). Esse sistema permite que a peça seja retirada facilmente, para que possa ser visualizada separadamente, bem como, a fixação  na peça-base.
 
5 - Pintura com PVA e verniz a base de água, finalizando a peça.

6 de out. de 2010

Livro cataloga borboletas no Estado de São Paulo






O objetivo dos professores da USP/ESALQ é apresentar de forma didática e com linguagem simples, as espécies.


         O conhecimento na criação de borboletas tem contribuído para reduzir o risco de extinção de espécies desse grupo, não somente pela aplicação de técnicas de manejo, mas também pelo fato de sensibilizar os visitantes no contato com animais tão belos e, ao mesmo tempo, tão frágeis. Com o propósito de apresentar, de forma didática e com linguagem simples, as espécies de borboletas encontradas no Estado de São Paulo, Evoneo Berti Filho e João Angelo Cerignoni, professor e técnico de laboratório, respectivamente, do Departamento de Entomologia e Acarologia (LEA), da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ), organizaram o livro “Borboletas”.

Lançamento da Editora Fealq, a publicação surgiu a partir da necessidade do (LEA) concentrar e ampliar a área de visitação escolar ao borboletário. Iniciaram-se então as pesquisas para identificar e avaliar, na região, a fauna de borboletas e a flora associada a esses lepidópteros. “Assim fizemos um estudo dos aspectos biológicos, das condições de habitat, da estrutura do criadouro, além da manutenção de criação massal e de populações”, comentam os organizadores da obra.

Os dados publicados foram coletados entre 2000 e 2010, em visitas feitas a criadores credenciados nos Estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, com objetivo de desenvolver técnicas de criação sustentável.

“Borboletas” traz informações sobre os estágios de desenvolvimento até a fase adulta e sobre as plantas hospedeiras das lagartas. Com destaque para as fotografias dos insetos, o livro está organizado em capítulos por famílias (Pieridae, Papilionidea, Lycaenidae, Nymphalidae), informado características biológicas e de hábito de cada espécie. Além disso, o leitor encontrará todas as informações de como organizar um borboletário, normas e leis do Ibama, diretrizes do plano de manejo sustentado para a criação desses insetos, dúvidas frequentes e um capítulo sobre lagartas urticantes.

http://www.esalq.usp.br/borboletas

Restauração de réplica da lagarta do bicho-da-seda (Bombyx mori) Continuação - 1

1 - Para iniciar a restauração, é preciso retirar a peça da base e uni-las, temporariamente, porque a lateral (destacável), perdeu a estabilidade devido as inúmeras rachaduras que apresenta. É necessário juntar as peças para manter o encaixe perfeito, após o uso da massa plástica que dará a estabilidade necessária à peça.
Peça retirada da base e unida por fios flexíveis.

2 - Raspagem e retirada das partes danificadas, trincadas ou soltas.
Ao iniciar a raspagem da peça, é comum algumas partes se soltarem ou apresentarem defeitos que não eram visíveis externamente, como essa "cratera" que apareceu logo no início dos trabalhos.
Detalhes das rachaduras, trincas e partes danificadas, inclusive com perda de material.

3 - Abertura de sulcos, com a utilização de micro-retificadeira (Dremel), nas trincas e rachaduras maiores para colocação de hastes metálicas ou plásticas (PVC 2mm). As hastes e a massa plástica darão estabilidade a peça.
Abertura dos sulcos.
Detalhe da "cratera" e dos sulcos.
Detalhe do uso de haste metálica, utilizada pelo autor original da peça, o naturalista francês Emile Deyrolle, e intervenção posterior, utilizando massa epóxi, que será substituída por massa plástica e modelada para dar o formato original da peça.
4 - Colocação de hastes metálicas e plásticas.
Hastes metálicas dentro dos sulcos, que serão preenchidos com massa plástica.
Hastes plásticas de PVC (originalmente utilizadas para "soldar" tubos de PVC).

5 - Utilização de massa plástica para cobrir as rachaduras, trincas e sulcos com as hastes, modelando o formato original da peça.
A primeira camada de massa plástica apresenta uma superfície rugosa, indefinida, se comparada com o restante da peça, o que é normal para o processo.
Mais detalhes da aplicação da massa plástica. Nesses casos, a melhor massa, na minha opinião, é a ultra-light, da Maxi Rubber, pois apresenta baixa densidade, fácil aplicação e, principalmente, é mais fácil de lixar e dar acabamento.
A primeira etapa da aplicação da massa está concluída. Após secagem da massa, (recomendo 24 horas), começa o processo de lixamento, com o uso de lixas para massa plástica, de várias gramaturas: 100, 150 e 320.

6 - Raspagem da tinta solta, partes quebradiças ou soltas, da parte interna da peça.
A parte interna, assim como a externa, apresenta várias rachaduras, trincas, partes quebradiças ou soltas, além da camada de verniz e tinta, ressecadas e soltas. É necessário muita paciência, utilizar instrumentos de dentistas, escovas, pincéis, pequenos pedaços de lixa etc., para remover a tinta solta.
Detalhe da parte posterior da peça onde parte da tinta solta já foi retirada.

7 - Lixamento da peça.
Após o lixamento da parte externa da peça, é possível observar a diferença entre as duas partes: a parte superior, em branco na foto, é a peça já trabalhada e lixada.
Nessa primeira etapa, ainda ocorrem imperfeições nas partes onde foram aplicadas a massa. Assim, nova camada de massa é adicionada para retirar essas imperfeições, nova etapa de lixamento para que a peça fique com a superfície lisa, sem defeitos.
Detalhe dessa primeira etapa, com a haste metálica ainda visível. Após a segunda etapa de aplicação da massa, ela não será mais visível.
Detalhes da parte inferior da peça.
Vista externa da peça, com a primeira etapa da aplicação da massa plástica e o lixamento, finalizada.

8 - Aplicação de massa plástica nas rachaduras e trincas da parte interna da peça.
Todo o trabalho executado na parte externa, será repetido na parte interna, com exceção do uso de hastes metálicas. São abertos sulcos nas maiores rachaduras e cobertos com a massa plástica.
Partes quebradiças são retiradas, partes que faltam são modeladas na massa plástica para recuperar o formato original da peça.

Continua... num próximo capítulo!